quarta-feira, 13 de abril de 2011

Profissão: Vendedor Nato!

Quando eu era pequeno eu tinha muitos sonhos, sonhava que um dia poderia ter um bom carro, sonhava que poderia ter casa com piscina, sonhava em viajar para a Disney e como toda criança brincava de trabalhar.
Um belo dia, tinha eu lá por volta de 9 anos de idade, morava na cidade de Guarulhos na av Arry Simonsen (acho que é assim) era uma avenida muito movimentada, minha mãe ainda trabalhava na Prefeitura como escriturária, seu serviço contínuo promovia a ausência materna em casa, meu padastro trabalha no SAAE e sua constante corrida em prol do dinheiro promovia a ausência paterna, sendo assim eu era criado pela Dona Vanderci (a doméstica) que por sua vez focava em deixar a casa limpa e fazer a comida.
Me lembro como se fosse hoje, naquela manhã eu estava disposto à mudar de vida, estava disposto à virar a mesa, estava cansado de ver meus amigos ganhando video-games (Atari, lembra?), bicicletas Caloi-cross, Autoramas e eu sempre que pedia um brinquedo ao nível ouvia a seguinte frase: - Tô sem dinheiro! - Nossa, isso é caro! - Puxa, tô apertado e cheio de contas para pagar! Estas frases foram criando uma casca na minha mente que deixava meus sonhos cada dia mais distantes, mas aquela manhã foi diferente. Eu comecei a questionar porque era tão difícil ganhar dinheiro e será que era mesmo? sera que aquilo não era mania da minha mãe e do meu padastro? será que o dinheiro era algo quase impossível de se obter? Será?
Com este pensamento em mente, peguei a tampa do meu Forte Apache,e me lembro como se fosse agora, peguei um cacho de banana na cozinha, peguei alguns carrinhos de plastico novinhos que eu tinha guardado no meu guarda-roupas,  peguei algumas figurinhas brilhosas que eu tinha guardado na minha gaveta e com determinação de fazer a coisa acontecer sai naquela avenida batendo de porta em porta, quando alguém atendia eu perguntava se podia me dar 1 minuto de atenção, a pessoa dizia que sim e eu começava a abordagem: - Com um sorriso no rosto eu contava que tinha o sonhos a realizar, que meu pai e minha mãe não tinham dinheiro para realizar meus sonhos mas eu iria realiza-los e por isso estava oferecendo bananas, carrinhos e figurinhas para vender.
Devem estar pensando que eu vendi tudo né? Que nada, aquela manhã eu aprendi a lidar com o "não" aprendi que nossos sonhos custam caro, muitas vezes temos que passar por coisas que nos fazem crescer, não existe conquista sem luta, sem suor, o sucesso é a soma das decisões que você toma no decorrer de sua vida. Voltei para casa entendendo que ser vendedor era encarar o desafio, ter atitude, ter motivação, ter auto-estima e entusiasmo.
Hoje tenho minha empresa, tenho meus clientes, tenho minhas metas, mas me lembro daquele dia quando vejo meu filho Guilherme de 16 anos sair para oferecer saco de lixo no bairro, se formos analisar friamente ele não precisa fazer isso, pois estuda num bom colégio, tem seu próprio quarto, mas mesmo assim ele embala os sacos de 10 em 10, calcula a margem de custo, paga o fornecedor, vende e fica com o restante do lucro. Alguns clientes compram com ele pelo carisma, outros por necessidade do produto, outros por simplesmente ver que ele poderia estar num caminho errado mas optou em trabalhar, não importa, o que importa é que ele conseguiu enxergar a essência do empreendedorismo, ele tem atitude, uso o lucro que ganha para ir aos seus passeios, ir ao cinema, ao Parque, enfim... ele tem sua independência hoje, por isso é uma pessoa que terá um futuro brilhante!!!
Para saber mais sobre reeducar seus conceitos sobre dinheiro leia o livro: Os segredos da mente milionária. de T. Harv Eker (um dos melhores livros que lí até hoje)

Nenhum comentário:

Postar um comentário